Bate-papo com Mollie Spilman: balanço de vida e diversidade na Criteo

Há alguns dias, o recém-criado grupo Women@Criteo BOS entrevistou Mollie Spilman, diretora de operações (COO) da Criteo.
Atualizado em Fevereiro 5, 2019

Há alguns dias, o recém-criado grupo Women@Criteo BOS entrevistou Mollie Spilman, diretora de operações (COO) da Criteo. Elena Gulotta, gerente da equipe de Estrategistas de Conta de Boston, facilitou a conversa enquanto nosso time feminino fazia perguntas ao vivo.

Mollie Spilman

O debate abordou os desafios de ser mulher, líder e mãe. Nossa COO também deu vários conselhos pessoais e profissionais às mulheres da Criteo. Confira o que foi destaque no “Coffee with Mollie”:

Elena Gulotta: “Quando pequena, o que você queria ser?”

Mollie Spilman: “A Mulher Maravilha.”

EG: “Existem líderes mulheres que você admira no nosso setor?”

MS: “Uma das pessoas que me inspiram é Sheryl Sandberg, do Facebook. Não só por seu excelente livro chamado Faça acontecer: Mulheres, trabalho e a vontade de liderar, mas também quando revejo sua trajetória profissional e sua atuação política. E depois ainda tomou a decisão de ir para o Facebook — e tudo o que tem feito por lá.

E também por seu lado pessoal, sua resiliência mesmo após perder o marido. Sheryl é árdua defensora da força de trabalho feminina, além de ser mãe. Hoje ela é mãe solteira e sai do trabalho às seis da tarde todos os dias para ter tempo de fazer o dever de casa com os filhos. Fora toda essa tremenda responsabilidade profissional. E ainda ter de lidar com babás e tudo o mais. É um belo exemplo.”

EG: “Você também é mãe e trabalha fora e, em 2015, escreveu um artigo para a revista Quartz em que compartilhou conselhos para mães trabalhadoras e para as mulheres que pretendem formar uma família. Poderia falar um pouco mais a respeito?”

MS: “Não se trata de mostrar uma fórmula, mas de ser fiel a si mesma. Naquele artigo, eu quis dizer que minha meta é fazer um balanço de vida todo ano. Sinto que às vezes até esqueço da minha família; penso só no trabalho. E muitas vezes só penso na minha família, e zero trabalho.

No início da minha carreira, esse tipo de comportamento me fazia sentir culpada: eu achava que precisava dividir meu tempo igualmente entre família e trabalho. Mas vi que não era realista ter um equilíbrio perfeito todo dia, toda semana ou até mesmo todo mês, pois as coisas simplesmente acontecem — na vida pessoal e profissional. É por isso que busco esse equilíbrio em longo prazo, e acho que agora estou conseguindo. Hoje dirijo minha vida nesse sentido. E acho também que sou muito transparente com as pessoas ao meu redor, o que facilita as coisas.”

EG: “Você já passou pela situação de ser uma das poucas mulheres na sala de reuniões? Se a resposta for ‘sim’, você tenta se diferenciar de alguma forma para ser ouvida — e ouvida em termos iguais?”

MS: “Normalmente eu sou a única menina na sala de reuniões. Na última empresa em que trabalhei, eu era a única executiva mulher. E acho que uma das razões pelas quais sou bem-sucedida é porque não olho as pessoas ao meu redor em termos de gênero ou etnia. Além disso, eu tento ser eu mesma. Eu confio no meu potencial. Não sou tímida, por isso não uso o fato de ser mulher para dar desculpas e nortear minhas ações.”

EG: “Como você define o sucesso? Você acha que a cobrança é maior para as mulheres?”

MS: “Não acho isso. No entanto, o fato de ser mulher talvez chame mais a atenção. Por exemplo, as pessoas dizem ‘Mollie teve uma carreira bem-sucedida em ad tech como mulher’, em vez de dizerem simplesmente ‘como profissional’. Mas, para mim, o sucesso não é individual; ele é resultado de uma equipe.

Eu me sinto realizada quando todos à minha volta também se sentem assim. Eu sempre pratiquei esportes coletivos e cresci com a ideia de grupo: você treina em equipe, vence como equipe e perde como equipe. Por isso, o fato de vencer e ser bem-sucedida tem a ver com minha equipe. Nunca me senti bem-sucedida se a empresa e as pessoas ao meu redor estivessem em uma situação oposta.”

EG: “Desde que você ingressou na Criteo em 2014, que tipo de progresso você fez em nossa cultura para promover a diversidade e a inclusão?”

MS: “Quando cheguei aqui, o tema ‘diversidade’ não era uma questão. Eu me lembro de ter abordado o assunto durante uma reunião e dizer: ‘Vocês não acham que devemos ter programas e um grupo de liderança mais diversificado?’. É um tópico difícil porque não se quer impor a diversidade. Mas, no conselho da Criteo, decidimos que 50% dos membros seriam mulheres — e fizemos isso acontecer.”

Mollie Spilman e Elena Gulotta

MS: “Hoje vejo uma diferença total na mentalidade corporativa em termos de diversidade e inclusão desde que vim para cá. Além disso, agora temos programas. Contratamos um consultor externo para estudar a empresa e fazer recomendações para nos ajudar nesse propósito. Portanto, há práticas que estão sendo reformuladas e muita coisa que está começando a acontecer, como este grupo de mulheres que vem estabelecendo novos padrões.”